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Como Identificar Falhas no Assentamento de Pisos Antes que o Problema Piore

  • Foto do escritor: Eduarda, da Pórtico
    Eduarda, da Pórtico
  • há 1 dia
  • 3 min de leitura


O assentamento de pisos é uma etapa crítica na execução de obras de engenharia civil. Embora esteja associado à fase de acabamento, os erros cometidos nesse processo têm origem, muitas vezes, ainda nas etapas preliminares da obra. Identificar falhas precocemente permite corrigir desvios antes que se transformem em problemas graves, como patologias estruturais, desperdício de materiais e prejuízos com retrabalho.


Neste artigo, abordamos os principais mecanismos que levam ao mau desempenho dos pisos, os sinais que indicam falhas em fase inicial e as boas práticas que devem ser adotadas por projetistas, engenheiros e equipes de execução.


1. Fatores críticos que afetam o desempenho dos pisos


As falhas no assentamento de pisos são, em geral, multifatoriais. Os principais agentes são:


  • Base comprometida: A regularidade, resistência e limpeza da base interferem diretamente na adesão da argamassa colante. Bases com poeira, graxa, fissuras ou falta de nivelamento comprometem o resultado final.

  • Inexistência ou falha na impermeabilização: Em ambientes sujeitos à umidade (banheiros, cozinhas, varandas, áreas externas), a ausência de camada impermeabilizante favorece infiltrações, eflorescências e descolamento de placas.

  • Inadequada especificação de materiais: Argamassas e rejuntes têm formulações distintas conforme o tipo de revestimento, o local da aplicação e as condições de exposição. O uso de produtos genéricos ou fora das recomendações técnicas é causa recorrente de falhas.

  • Execução fora de norma: A falta de controle de espessura da argamassa, o tempo em aberto ultrapassado, o não cumprimento de juntas e a liberação prematura para tráfego são erros comuns que comprometem o desempenho a curto e longo prazo.


2. Sinais precoces de falhas: o que observar na obra


Para que a inspeção seja eficiente, é importante reconhecer os sinais que indicam um assentamento inadequado:


  • Som oco ao percutir: Ao bater suavemente sobre o piso com um martelo de borracha ou objeto metálico, um som oco pode indicar falta de aderência da argamassa à base ou à placa.

  • Desnivelamento entre placas adjacentes: Ocorre quando a base não foi devidamente nivelada ou quando a espessura da camada de argamassa não foi regular.

  • Trincas em "couro de jacaré" (map cracking): Aparecem especialmente em placas cerâmicas de grandes formatos e indicam tensões por retração, geralmente ligadas a argamassas inadequadas ou à falta de juntas.

  • Descolamento ou levantamento espontâneo: Um dos sinais mais graves, normalmente associado à pressão de vapor d'água aprisionada ou à movimentação estrutural.

  • Manchas, eflorescências e umidade ascendente: Podem indicar infiltração por capilaridade ou ausência de impermeabilização adequada.


3. Boas práticas preventivas no projeto e na execução


A prevenção de falhas no assentamento de pisos envolve desde o projeto até a execução:


  • Projeto detalhado e compatibilizado: O arquiteto e o engenheiro devem prever as condições de uso do ambiente, a exposição à água, o tipo de substrato e os materiais adequados. O projeto de impermeabilização e as juntas de movimentação devem estar bem definidos.

  • Planejamento da execução: Incluir cronograma de cura de substratos, aplicação das camadas conforme catálogo dos fabricantes e controle de qualidade em todas as etapas.

  • Mão de obra qualificada: Profissionais capacitados compreendem a importância de seguir as boas práticas e respeitar os tempos de pega, aplicação e tráfego.

  • Controle de materiais e condições climáticas: Evitar aplicações sob sol intenso, chuva ou em temperaturas extremas, que interferem na hidratação e aderência dos componentes.


4. Diagnóstico técnico: quando acionar especialistas


Caso os problemas persistam ou se manifestem em larga escala, é essencial contar com um diagnóstico especializado. A análise pode incluir:


  • Inspeções visuais sistematizadas;

  • Ensaio de percussão e extração de placas;

  • Análise de umidade e de eflorescências;

  • Ensaios laboratoriais em argamassa e base.


O laudo elaborado por engenheiro especializado permite determinar a origem do problema e recomendar a melhor solução técnica, evitando desperdício de recursos.


Considerações finais


O sucesso no assentamento de pisos depende de uma cadeia integrada: projeto, especificação, execução e controle de qualidade. Ao identificar sinais precoces de falha e agir de forma preventiva, a engenharia civil promove obras mais duráveis, seguras e com menor custo de manutenção.


O piso pode ser o "cartão de visitas" de uma obra, mas também pode ser sua primeira patologia visível. Investir em boas práticas é garantir desempenho e longevidade desde o primeiro passo.



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